Enquanto centenas de torcedores se acotovelavam nas bilheterias em busca dos últimos ingressos, o clima de nostalgia dominava a parte interna do Maracanã. Nos corredores de acesso, os pedidos para as fotos eram corriqueiros. Todos estavam atrás da "última" recordação.
Dentre eles, três torcedores conversaram com a reportagem do UOL Esporte. O professor Márcio Soares, de 35 anos, a esposa Renata Soares, de 29, e a amiga Camila Oliveira, de 25, foram juntos para a despedida.
"Sou frequentador do Maracanã desde a época do Zico. Toda a vez em que olho para o gramado me lembro das jogadas dele. O fechamento do estádio me deixa triste. Aqui é a casa do Flamengo e considero a minha segunda casa. Sempre estou aqui", disse Márcio Soares, acrescentando.
"O Flamengo vai perder a identidade sem o estádio. Estamos acostumados ao Maracanã. Jogar longe daqui é completamente diferente. Só resta esperar o retorno. Espero que com um maior respeito ao torcedor e mais facilidade para comprar os ingressos e entrar no estádio", comentou.
Esposa de Márcio, a empresária Renata Soares já está na contagem regressiva para a reabertura.
"É muito chato ficar sem o Maracanã. Vamos esperar ele reabrir e torcer para passar o mais rápido possível. O futebol carioca precisa desse palco", afirmou.
Já a estreante Camila não disfarçou a emoção em assistir ao seu clube do coração pela primeira vez no Maracanã. "Estou realizando um sonho. Sempre quis vir e quero tornar isso um hábito. Infelizmente, vou ter de esperar. É muito emocionante estar aqui", disse.
Em clima de paz, os torcedores assistiram ao empate sem gols diante do Santos e deixaram o Maracanã sem esconder a tristeza com a despedida. Na rampa de saída, a pergunta de um filho ao pai resumiu todo o sentimento e importância do gigante Mário Filho.
"Por que o Maracanã é tão bonito, pai?". O pai apenas sorriu e levantou o filho no colo. Daqui alguns anos o menino saberá.
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