Ludhmilla Hajjar, nascida em Anápolis, diz que no Brasil faltou ciência e sobrou negacionismo
Ludhmilla Hajjar diz que “faltou foi ciência, foi combater o negacionismo”. Realmente há uma desordem nacional, uma desconfiança gigantesca que a população está vivendo e isso tem nome. As pessoas… na própria classe médica, quanta gente atrapalha o tratamento da doença difundindo medicações fantasiosas, difundindo cura da doença, sendo que essas pessoas deveriam estar buscando fazer diagnóstico, assistir os pacientes, aumentar o número de leitos”.
Veja alguns trechos da entrevista que ela concedeu na ocasião:
Kit covid-19
Sabemos que cloroquina não funciona há muitos meses, que azitromicina não funciona há muitos meses, que ivermectina não funciona há muitos meses. Mas ainda tem esses kits por aí. Tem conselhos que defendem. Tem conselhos que não negam. É uma conjunção de fatores – o não conhecimento e a não adoção de práticas baseadas em evidências científicas – que só coloca a vida das pessoas em risco.
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Política de vacinação
Não tivemos uma política de adoção das vacinas que pudesse ter atendido a população de uma maneira geral. Hoje temos um número muito pequeno da população vacinada. Isso tudo tem um resultado hoje catastrófico, que estamos, infelizmente, assistindo no nosso dia a dia.
Faltou liderança
Foi uma ineficiência na adoção de medidas que poderiam ter minimizado muito a prevalência da doença. Ao mesmo tempo, não tivemos uma liderança nas três esferas que pudesse falar a língua do povo, que pudesse organizar a resposta das pessoas e da população. Não tivemos medidas sociais para tentar adequar todas as medidas protetivas que são orientadas.
Com avançar na vacinação?
Sem dúvida a compra. Mas a compra não é só ter o recurso e comprar. Depende de uma reconstrução rápida de uma política internacional. Depende de o Brasil demonstrar que está em uma situação frágil e que precisa de ajud
Toque de recolher nacional
Não concordo com a medida. Discordo completamente. O Brasil é um país continental que tem 27 Estados. Cada Estado tem a sua epidemiologia local, a sua realidade, o seu número de leitos. A questão de fazer lockdown e toque de recolher tem de ser tratado Estado por Estado, semana a semana, pelos técnicos e cientistas locais. Não acredito que deve haver uma medida nacional única que sirva para todo o Brasil. Tem de ser tratado individualmente.
Brigas entre políticos
É lamentável ver governador brigar com o presidente, presidente brigar com governador. Toda esta energia tinha de ser usada no combate à pandemia. Este é o problema. Isto não está sendo feito. No que o povo vai acreditar? Na propaganda da televisão, no que o presidente fala, no que o Ministério da Saúde orienta ou no que o governador fala? O discurso tem de ser um só.
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